30.12.08

Rapidinhas

  • Avançaram nele em Mauá esse final de semana. Um cão da rua, mais ou menos do tamanho dele. O Boomer não fica mais chorando com cara de bobo, aprendeu a se defender e entra na briga pra valer. Já tem noção que está maior e mais forte, e não é mais um filhote indefeso. Consegui apartar só com o olhar e comandos de voz. Ele se desvencilhou e foi pra onde eu mandei, ainda rosnando pro outro, que não nos seguiu. Gotas de sangue por todo o lado. Me assustei muito, mas depois de lavar o sangue dele, vi que esfolou a perna em alguns lugares (nenhum ferimento profundo) e fez um cortezinho na orelha, que foi o que sangrou pra valer. Cortei o pelo em volta, limpei com soro fisiológico, estamos passando pomadinha. Sempre uma tortura, né? Vai explicar pra ele que tem que fazer tudo isso...
  • Além do bolo que fiz pro aniversário dele, outro dia fiz biscoitinhos de abóbora. O cheiro ficou maravilhoso, e ele ADOROU o petisco. Aproveitei pra oferecer pra ele abóbora crua e purezinho de abóbora (tudo sem tempero, lógico). Ele amou. Esses dias também experimentou cenoura crua e brócolis fervidinho al dente. Adora tudo. Fora as frutas que ele já comia antes: banana, manga... comprei uns livros sobre nutrição canina na amazon, estou descobrindo e testando petiscos naturais e mais saudáveis: sem sal, sem glutamato monossódico e sem conservantes. Estou pensando em conversar com a vet sobre a substituição da ração por refeições caseiras e balanceadas algumas vezes por semana. Ele merece, né?!

1 aninho

Boomer fez um ano dia 19/12! Está há 10 meses conosco e é parte integrante da família. Achamos que merecia uma festinha: bolo, brigadeiro e salgadinhos pros "humanos", e muito petisco canino, inclusive um bolo de fígado e ração em lata que eu mesma fiz e decoração do Scooby-Doo fornecida pela vovó. Estiveram presentes os avós e os tios, todo mundo que convive com ele. Não convidamos nenhum cãozinho dessa vez.

Ele amou a festinha (gosta mesmo de um agito) e principalmente os presentinhos: petiscos diversos, bichinhos de pelúcia e outros brinquedinhos. Foi dormir super feliz.
Bolo canino (depois postamos a receita, o Boomer adorou!):
Boomer como gosta: rodeado de gente!

Boomer e as mulheres (Tia Mônica, Tia Ana, eu, Vovó Eliane e Tia Bíola - a vovó Pat foi embora antes da foto oficial):

Agora só os homens:



Cantando parabéns:


Tosa e outros cuidados

Ao longo do crescimento do Boomer, deixamos seu pelo crescer quase que livremente. Fazíamos nós mesmos a tosa higiênica - remoção de pelos em torno do anus, na barriga próximo ao pênis, embaixo das patas, evitando escorregões e o que crescia entrando dentro dos olhos - como a veterinária ensinou. Eu ainda tentei dar uma aparada algumas vezes, pra "diminuir" um pouco. Até completar 9 meses, nunca havia sido efetivamente tosado. A gente acha ele lindo todo peludão, parece um bicho de pelúcia mesmo. Mas aconteceu que o pelo já estava ficando muito desgrenhado, o aspecto não era mais saudável. Estava cada vez mais difícil mantê-lo limpo e sem nós. Acabamos levando pra tosar, e deixaram ele pelado, pelado. Muito feio. Irreconhecível. Ele ficou deprimido uns 2 dias depois dessa tosa. Cheguei à conclusão que os guias e sites americanos estavam certos: mesmo que você não queira manter a tosa da raça, é apropriado tosar os pelos a cada 6 meses, proporcionando sua renovação.
Boomer lindinho, peludão (tentei achar, mas não tenho fotos de como ele chegou a ficar desgrenhado):


Boomer pelado depois da primeira tosa, desastrosa:


Depois de ter que pelar o bichinho, comecei a levar muito mais a sério a escovação, que agora tento (e quase sempre consigo) fazer dia sim, dia não. A maior dificuldade em relação à limpeza e desembaraço dos pelos é quando vamos a Mauá, e ele rola na lama, entra no mato, essas coisas. Volta pra casa carregando tudo e mais um pouco nos pelos. Faz parte, né?

2 meses depois dessa 1a tosa (desastrosa), o pelo já tinha crescido o suficiente pra receber o corte da raça, e eu resolvi fazer, por curiosidade mesmo. A 1a tosa da raça dele! Ficou lindinho, mas as opiniões foram divididas. O Rapha, por exemplo, ODIOU. Bom, agora está definitivamente com cara de schnauzer, a saia (que eu não gosto muito e acho pouco higiênica) está bem curtinha e muito bonita. Continuam perguntando se ele é "mistura com schnauzer", mas agora é só porque as pessoas desconhecem a existência do tamanho "standard". Fica decidido assim: a gente deixa crescer bastante o pelo, e quando já tiver passando dos limites a gente faz a tosa da raça e espera crescer de novo. Assim a gente garante pelos saudáveis, sem mantê-lo com a tosa da raça o tempo todo (que eu também acho desnecessário).
Primeira tosa da raça, ficou fofo:

A gente deixa ele ficar desse jeito aí antes de tosar, é o limite (quase 3 meses entre uma tosa e outra):

Alguns efeitos negativos dessa tosa: apesar de o tosador ter sido super carinhoso e cuidadoso, ele tirou (puxou, arrancou) uns tufos de pelo cheios de cera, que crescem dentro do ouvido dele. Mostrou pra gente, e disse que aquilo deveria sempre ser removido por questões de higiene. Resultado: 10 dias depois constatamos uma otite no Boomer, que de acordo com a veterinária deve ter sido causada justamente pela remoção desses pelos, que servem de proteção aos ouvidos dos animais. Ela disse que só recomenda a remoção deles caso o cão já esteja com otite, para facilitar o tratamento e atuação da medicação. Fiquei chateada, porque sempre mantivemos os ouvidos dele limpos com Epiotic, que dilui a cera e protege. Ele odeia o procedimento, mas a gente faz mesmo assim e até hoje ele nunca teve problemas. Agora temos mais uma recomendação pra pet shop, além de "não usar NENHUM tipo de perfume, mesmo que seja canino", e "shampoo NEUTRO pra filhotes".

Por essas e outras que a vet recomendou que enquanto o Boomer fosse filhote era melhor dar banho nele em casa, onde a gente poderia controlar que não entrasse água nos ouvidos, não usassem sedativos, não maltratassem e utilizassem sempre produtos SEM CHEIRO (já que qualquer tipo de cheirinho pode provocar otites, alergias de pele e conjuntivites - que ele já teve!). Dada a dificuldade de explicar na pet shop todos os cuidados que eu quero que tomem com ele, prefiro dar banho em casa mesmo (a não ser em caso de tosa). No começo a gente dava no tanque, mas depois que ele cresceu e foi ficando mais forte isso virou missão impossível. Agora o banho é morninho no meu chuveiro. Uso shampoo Granado Filhotes (mas a vet disse que qualquer shampoo canino com cheiro de NADA serve). Temos em casa também um cortador de unhas e limpamos os ouvidos.

Agora o bichinho está incomodado, sacudindo a cabeça sem parar e produzindo muita cera marrom escura. A hora de limpar os ouvidos e aplicar o remédio é uma verdadeira tortura, mas tem que ser feito. O chato é ele ficar ressabiado toda vez que a gente se aproxima, com medo do incômodo do tratamento...

23.12.08

Truques

Já comentei aqui sobre as dificuldades pra ensinar o Boomer a fazer xixi no lugar certo. Na época comprei o livro "Adestramento Inteligente", do Alexandre Rossi, e li várias fontes na internet sobre comportamento canino. Consegui inclusive ensinar algumas coisas pro Boomer, e remover alguns comportamentos indesejáveis. A coisa mais óbvia que consegui foi ensiná-lo a fazer xixi no jornal, mas já comentei aqui que acho que o tempo e amadurecimento dele tiveram grande contribuição nessa questão. Antes de ele aprender isso, ensinei a sentar sob comando. E ele aprendeu direitinho, e começou a AMAR as "sessões de treino", porque ganhava muitos petiscos. :)

Outra coisa que me esforcei muito foi pra ele gostar de andar de carro. Conheço alguns cães que têm problemas com isso, e não queria que acontecesse com ele, ainda mais que temos casa na serra e são 3horas de viagem. Li que o melhor era acostumá-lo desde bebê, levando pra lugares legais de carro, e não só pro veterinário (que é o que a maioria dos donos faz). Assim fizemos: antes de ele ter todas as vacinas, a gente já levava ele pra passear de carro, olhar a janela, ir à casa de algum amigo que gostasse de cachorro, essas coisas. Funcionou. Ele ADORA andar de carro, e associa o carro a coisas boas. Não reclama das 3horas de viagem e nunca enjoou. Se a gente abre a porta do carro (às vezes é só pra pegar alguma coisa que ficou por lá), ele pula dentro.

Quando ele começou a sair na rua, tivemos um pequeno problema: ele começou a latir muito. Escandalosamente. Sempre que via outro cachorro, começava a gritaria. Nunca com agressividade, o objetivo dele era brincar mesmo, mas incomodava e muito. Tenho orgulho de dizer que resolvi esse problema sozinha, retirando a recompensa do latido (ou seja: impedindo ele de se aproximar de qualquer cão enquanto estivesse latindo). Ele começava a gritar, eu dava meia volta com ele e seguia na direção oposta, me afastando do cão que ele tivesse visto. Ele começou a não latir algumas vezes, e aí eu reforcei esse comportamento. Ou seja, sempre que ele não latisse, ganhava o direito de se aproximar do outro cachorro e ainda ganhava um petisco. Em uma semana de trabalho diário ele já tinha reduzido drasticamente os latidos. Em casa também quase não late. Normalmente é UM latido se alguém tocar a campainha, e latidos repetidos se ver alguma coisa estranha (como o dia em que tinha uma pessoa na laje do prédio, e eu moro no último andar). Também late se excitarmos ele além da conta, com brincadeiras que ele considera irritantes (e a gente faz de propósito). E olha que schnauzer tem fama de latidor...

A partir daí, começamos a ter problemas na rua por causa do tamanho dele, que cresceu e conseguia arrastar a gente pela rua. Nessa época ele tinha 7 meses, e conheci um adestrador na rua. Ele estava treinando um filhotinho de beagle, e me chamou atenção o carinho co que tratava o cãozinho. Peguei o telefone, marquei uma visita lá em casa. Gostamos tanto que ele cuida do Boomer até hoje. O nome dele é Otávio. Ensinou o Boomer o "fica", o "deita", (nessa época eu já tiha ensinado a dar a pata), e o "aqui" (que envolve andar direito na rua). Fomos evoluindo de guia curta, para guia de 10 metros e sem guia (a guia fica no pescoço e a gente pisa nela se precisar, mas ele se sente solto). Evoluímos também de lugares desertos pra lugarem extremamente movimentados e cheios de distração. O Boomer adora o treino e o treinador. Com ele Boomer também aprendeu o "alto".

Depois disso ensinei ele a dar a pata certa pra mão certa, a fazer "high five" (que a gente chama de "toca aqui") e a farejar duas mãos fechadas pra descobrir em qual está o petisco. Esperamos continuar sempre evoluindo, e estimulando a mente do nosso cãozinho. Ao contrário do que muitos dizem, o adestramento não "poda a liberdade" do animal, muito pelo contrário. Ele continua sendo um cão alegre e gosta de "falar" com os outros na rua, mas entende que precisa obedecer quando eu dou algum comando. Se comporta bem em qualquer lugar, e por isso pode acompanhar a gente em muito mais situações. Ele adora treinar, e se sente super estimulado. Depois conto da nova modalidade do treino dele: o agility!

Boomer, ALTO:

Boomer, TOCA AQUI:

Boomer, A PATA:


Boomer, SENTA e SORRI PRA CÂMERA (brincadeirinha...):


How Dogs Think e algumas considerações...

Estou lendo - e amando - um livro do Stanley Coren (psicólogo e especialista em comportamento canino), chamado How Dogs Think - what the world looks like to them and why they act the way they do. http://www.amazon.com/How-Dogs-Think-World-Looks/dp/0743222334/ref=pd_bbs_sr_2?ie=UTF8&s=books&qid=1230028197&sr=8-2

O livro começa falando sobre como funcionam os sentidos dos cães, em que eles diferem dos nossos, e como são interpretados por eles. Depois fala sobre as habilidades mentais e inteligência deles. Tem a parte triste - que fala sobre o envelhecimento canino e suas conseqüências (muito parecido com o humano, mas infelizmente mais rápido). Fala também sobre quanto das atitudes caninas são instintos, e quanto e como eles aprendem, e sobre seu relacionamento com os humanos. O legal é que o autor teve e tem alguns cães, e sempre conta histórias sobre eles como exemplo do que está escrevendo ali. E aí que eu lembrei de algumas particularidades do Boomer, obviamente...

1.quando acha que eu já dormi demais e quer brincar comigo ou sair pra passear (sempre no final de semana ou feriados, durante a semana acordo antes dele) ele me acorda de manhã em algumas tentativas: primeiro debruça na cama (eu durmo de lado e com o rosto virado pra fora) e lambe meu rosto. Eu faço um carinho nele, mas quase sempre volto a dormir. Aí ele espera uns minutos e sobe na cama (ao meu lado) pra me lamber de lá. Normalmente isso é o suficiente, mas se não funcionar ele espera mais um pouco e quando não agüenta mais pula em cima de mim pra me lamber. Quando chega nesse ponto não tem jeito, ele vai ficar pulando em cima de mim até eu levantar.

2.ele ADORA dormir na cama comigo ou com o meu marido, mas não com os 2 juntos. Acho que ele entende que aquele espaço é só pra 2, ou alguma coisa parecida. Assim: o Rapha sempre sai pra trabalhar antes de eu acordar (ele entra às 6 no trabalho). É só ele levantar pro Boomer ocupar o lugar dele na cama (com a cabeça no travesseiro). O oposto também acontece: quando meu marido deita pra dormir antes de mim, na hora que eu for pra cama tenho que pedir licença pro Boomer, que certamente está ocupando meu lugar, com a cabeça no meu travesseiro. Agora, se vamos dormir JUNTOS, ele entende, sobe na cama pra "dar boa noite", fica uns minutinhos e desce pra dormir no chão. Acho isso muito engraçado. Aí ele dorme no chão do quarto, ao lado da cama ou embaixo dela.
Boomer aproveitando a minha saída e "invadindo" meu espaço:
Algumas fotos tiradas com o celular, quando eu acordo e encontro o Boomer ao meu lado. Adoro esses momentos, e quase sempre registro:
O normal é dormir no chão... na primeira está encostado no sofá (a gente estava vendo televisão no sofá), na segunda embaixo da minha cama, como no dia em que chegou aqui em casa:
3.ele ADORA a caminha dele, mas NUNCA dormiu nela. É como um território, sabe? Quando tiramos pra lavar ele fica meio tenso, e tudo que é dele fica guardado lá. Inclusive as coisas que ele encontra pela casa e gosta, como tênis, controle remoto, e etc. O jeito dele afirmar que uma coisa é dele é colocando lá dentro. Arruma os brinquedos lá, e se ganha um petisco que leve mais de 2 segundos pra comer (como aqueles chicletinhos, ossinhos e até biscoitos caninos) ele certamente levará pra caminha dele. Onde ele vai, procura uma "caminha". Na casa da minha mãe, ele tinha adotado um pano de chão como território, e levava tudo pra lá também. Ela não gostou da idéia, e acabou comprando uma caminha pra ele. Se deu bem! Também usa as caminhas como travesseiro quando está brincando, apóia a cabeça e as patas da frente lá, segurando algum brinquedo.
Boomer, ainda filhotinho, em sua primeira caminha (que já não existe mais):
Boomer com sua caminha atual, "arrumando os brinquedos":

Curtindo a cama, "cavando" e relaxando um pouquinho:

4.tem um jeito dele de conseguir o que quer: quando saímos pra passear, adora "falar" com outros cães (entenda-se cheirar), mas às vezes não dá tempo de parar pra todo cachorrinho que aparece na rua, e eu sigo adiante. Mas o Boomer SABE que se ele precisar fazer xixi, eu espero. Já peguei algumas vezes ele com a patinha levantada em algum canteiro SEM FAZER NADA, fazendo hora pra esperar um cachorro que está se aproximando chegar até a gente. Como acho muito inteligente e engraçado, eu espero mesmo. Outro dia, no agility (onde tem um potinho de água comunitário), o pote estava muito cheio de pelos dos outros cães, e o Boomer não estava conseguido beber. Ele fez xixi no pote, esperou a moça tirar pra limpar e trazer água limpa, e se esbaldou daquela água fresquinha. Só não morri de vergonha porque todo mundo achou graça!

5.quando eu acordo cedo de manhã, antes de ir trabalhar, ele fica dormindo. Assim: me segue pra onde eu for (banheiro, cozinha) de um jeito mole e deita pra dormir onde eu parar pra fazer alguma coisa. Quando ele vê que estou pronta pra sair, fica "ligadão" e vai pra porta de serviço. Fica sentadinho ali olhando pra guia e pra mim, com cara de "LEVA EU!!!!!". Como sempre, acho tudo lindo!

6.pede pra brincar, trazendo brinquedinhos pra onde a gente estiver. Quando a gente tenta pegar, ele sai correndo com o brinquedo na boca (a brincadeira preferida é quando a gente rouba os brinquedos dele e atira pra algum lugar da casa - mas sem correria não tem graça). Se a gente não der bola, ele dá meia volta e troca de brinquedo, pra ver se a gente se interessa mais. Vai trazendo brinquedos diferentes até cansar, ou até alguém sair correndo atrás dele (o que normalmente acontece)

Quando eu lembrar de mais coisas (e eu certamente vou) faço um post novo! E depois volto aqui pra ilustar o post com fotos!