30.12.08

Rapidinhas

  • Avançaram nele em Mauá esse final de semana. Um cão da rua, mais ou menos do tamanho dele. O Boomer não fica mais chorando com cara de bobo, aprendeu a se defender e entra na briga pra valer. Já tem noção que está maior e mais forte, e não é mais um filhote indefeso. Consegui apartar só com o olhar e comandos de voz. Ele se desvencilhou e foi pra onde eu mandei, ainda rosnando pro outro, que não nos seguiu. Gotas de sangue por todo o lado. Me assustei muito, mas depois de lavar o sangue dele, vi que esfolou a perna em alguns lugares (nenhum ferimento profundo) e fez um cortezinho na orelha, que foi o que sangrou pra valer. Cortei o pelo em volta, limpei com soro fisiológico, estamos passando pomadinha. Sempre uma tortura, né? Vai explicar pra ele que tem que fazer tudo isso...
  • Além do bolo que fiz pro aniversário dele, outro dia fiz biscoitinhos de abóbora. O cheiro ficou maravilhoso, e ele ADOROU o petisco. Aproveitei pra oferecer pra ele abóbora crua e purezinho de abóbora (tudo sem tempero, lógico). Ele amou. Esses dias também experimentou cenoura crua e brócolis fervidinho al dente. Adora tudo. Fora as frutas que ele já comia antes: banana, manga... comprei uns livros sobre nutrição canina na amazon, estou descobrindo e testando petiscos naturais e mais saudáveis: sem sal, sem glutamato monossódico e sem conservantes. Estou pensando em conversar com a vet sobre a substituição da ração por refeições caseiras e balanceadas algumas vezes por semana. Ele merece, né?!

1 aninho

Boomer fez um ano dia 19/12! Está há 10 meses conosco e é parte integrante da família. Achamos que merecia uma festinha: bolo, brigadeiro e salgadinhos pros "humanos", e muito petisco canino, inclusive um bolo de fígado e ração em lata que eu mesma fiz e decoração do Scooby-Doo fornecida pela vovó. Estiveram presentes os avós e os tios, todo mundo que convive com ele. Não convidamos nenhum cãozinho dessa vez.

Ele amou a festinha (gosta mesmo de um agito) e principalmente os presentinhos: petiscos diversos, bichinhos de pelúcia e outros brinquedinhos. Foi dormir super feliz.
Bolo canino (depois postamos a receita, o Boomer adorou!):
Boomer como gosta: rodeado de gente!

Boomer e as mulheres (Tia Mônica, Tia Ana, eu, Vovó Eliane e Tia Bíola - a vovó Pat foi embora antes da foto oficial):

Agora só os homens:



Cantando parabéns:


Tosa e outros cuidados

Ao longo do crescimento do Boomer, deixamos seu pelo crescer quase que livremente. Fazíamos nós mesmos a tosa higiênica - remoção de pelos em torno do anus, na barriga próximo ao pênis, embaixo das patas, evitando escorregões e o que crescia entrando dentro dos olhos - como a veterinária ensinou. Eu ainda tentei dar uma aparada algumas vezes, pra "diminuir" um pouco. Até completar 9 meses, nunca havia sido efetivamente tosado. A gente acha ele lindo todo peludão, parece um bicho de pelúcia mesmo. Mas aconteceu que o pelo já estava ficando muito desgrenhado, o aspecto não era mais saudável. Estava cada vez mais difícil mantê-lo limpo e sem nós. Acabamos levando pra tosar, e deixaram ele pelado, pelado. Muito feio. Irreconhecível. Ele ficou deprimido uns 2 dias depois dessa tosa. Cheguei à conclusão que os guias e sites americanos estavam certos: mesmo que você não queira manter a tosa da raça, é apropriado tosar os pelos a cada 6 meses, proporcionando sua renovação.
Boomer lindinho, peludão (tentei achar, mas não tenho fotos de como ele chegou a ficar desgrenhado):


Boomer pelado depois da primeira tosa, desastrosa:


Depois de ter que pelar o bichinho, comecei a levar muito mais a sério a escovação, que agora tento (e quase sempre consigo) fazer dia sim, dia não. A maior dificuldade em relação à limpeza e desembaraço dos pelos é quando vamos a Mauá, e ele rola na lama, entra no mato, essas coisas. Volta pra casa carregando tudo e mais um pouco nos pelos. Faz parte, né?

2 meses depois dessa 1a tosa (desastrosa), o pelo já tinha crescido o suficiente pra receber o corte da raça, e eu resolvi fazer, por curiosidade mesmo. A 1a tosa da raça dele! Ficou lindinho, mas as opiniões foram divididas. O Rapha, por exemplo, ODIOU. Bom, agora está definitivamente com cara de schnauzer, a saia (que eu não gosto muito e acho pouco higiênica) está bem curtinha e muito bonita. Continuam perguntando se ele é "mistura com schnauzer", mas agora é só porque as pessoas desconhecem a existência do tamanho "standard". Fica decidido assim: a gente deixa crescer bastante o pelo, e quando já tiver passando dos limites a gente faz a tosa da raça e espera crescer de novo. Assim a gente garante pelos saudáveis, sem mantê-lo com a tosa da raça o tempo todo (que eu também acho desnecessário).
Primeira tosa da raça, ficou fofo:

A gente deixa ele ficar desse jeito aí antes de tosar, é o limite (quase 3 meses entre uma tosa e outra):

Alguns efeitos negativos dessa tosa: apesar de o tosador ter sido super carinhoso e cuidadoso, ele tirou (puxou, arrancou) uns tufos de pelo cheios de cera, que crescem dentro do ouvido dele. Mostrou pra gente, e disse que aquilo deveria sempre ser removido por questões de higiene. Resultado: 10 dias depois constatamos uma otite no Boomer, que de acordo com a veterinária deve ter sido causada justamente pela remoção desses pelos, que servem de proteção aos ouvidos dos animais. Ela disse que só recomenda a remoção deles caso o cão já esteja com otite, para facilitar o tratamento e atuação da medicação. Fiquei chateada, porque sempre mantivemos os ouvidos dele limpos com Epiotic, que dilui a cera e protege. Ele odeia o procedimento, mas a gente faz mesmo assim e até hoje ele nunca teve problemas. Agora temos mais uma recomendação pra pet shop, além de "não usar NENHUM tipo de perfume, mesmo que seja canino", e "shampoo NEUTRO pra filhotes".

Por essas e outras que a vet recomendou que enquanto o Boomer fosse filhote era melhor dar banho nele em casa, onde a gente poderia controlar que não entrasse água nos ouvidos, não usassem sedativos, não maltratassem e utilizassem sempre produtos SEM CHEIRO (já que qualquer tipo de cheirinho pode provocar otites, alergias de pele e conjuntivites - que ele já teve!). Dada a dificuldade de explicar na pet shop todos os cuidados que eu quero que tomem com ele, prefiro dar banho em casa mesmo (a não ser em caso de tosa). No começo a gente dava no tanque, mas depois que ele cresceu e foi ficando mais forte isso virou missão impossível. Agora o banho é morninho no meu chuveiro. Uso shampoo Granado Filhotes (mas a vet disse que qualquer shampoo canino com cheiro de NADA serve). Temos em casa também um cortador de unhas e limpamos os ouvidos.

Agora o bichinho está incomodado, sacudindo a cabeça sem parar e produzindo muita cera marrom escura. A hora de limpar os ouvidos e aplicar o remédio é uma verdadeira tortura, mas tem que ser feito. O chato é ele ficar ressabiado toda vez que a gente se aproxima, com medo do incômodo do tratamento...

23.12.08

Truques

Já comentei aqui sobre as dificuldades pra ensinar o Boomer a fazer xixi no lugar certo. Na época comprei o livro "Adestramento Inteligente", do Alexandre Rossi, e li várias fontes na internet sobre comportamento canino. Consegui inclusive ensinar algumas coisas pro Boomer, e remover alguns comportamentos indesejáveis. A coisa mais óbvia que consegui foi ensiná-lo a fazer xixi no jornal, mas já comentei aqui que acho que o tempo e amadurecimento dele tiveram grande contribuição nessa questão. Antes de ele aprender isso, ensinei a sentar sob comando. E ele aprendeu direitinho, e começou a AMAR as "sessões de treino", porque ganhava muitos petiscos. :)

Outra coisa que me esforcei muito foi pra ele gostar de andar de carro. Conheço alguns cães que têm problemas com isso, e não queria que acontecesse com ele, ainda mais que temos casa na serra e são 3horas de viagem. Li que o melhor era acostumá-lo desde bebê, levando pra lugares legais de carro, e não só pro veterinário (que é o que a maioria dos donos faz). Assim fizemos: antes de ele ter todas as vacinas, a gente já levava ele pra passear de carro, olhar a janela, ir à casa de algum amigo que gostasse de cachorro, essas coisas. Funcionou. Ele ADORA andar de carro, e associa o carro a coisas boas. Não reclama das 3horas de viagem e nunca enjoou. Se a gente abre a porta do carro (às vezes é só pra pegar alguma coisa que ficou por lá), ele pula dentro.

Quando ele começou a sair na rua, tivemos um pequeno problema: ele começou a latir muito. Escandalosamente. Sempre que via outro cachorro, começava a gritaria. Nunca com agressividade, o objetivo dele era brincar mesmo, mas incomodava e muito. Tenho orgulho de dizer que resolvi esse problema sozinha, retirando a recompensa do latido (ou seja: impedindo ele de se aproximar de qualquer cão enquanto estivesse latindo). Ele começava a gritar, eu dava meia volta com ele e seguia na direção oposta, me afastando do cão que ele tivesse visto. Ele começou a não latir algumas vezes, e aí eu reforcei esse comportamento. Ou seja, sempre que ele não latisse, ganhava o direito de se aproximar do outro cachorro e ainda ganhava um petisco. Em uma semana de trabalho diário ele já tinha reduzido drasticamente os latidos. Em casa também quase não late. Normalmente é UM latido se alguém tocar a campainha, e latidos repetidos se ver alguma coisa estranha (como o dia em que tinha uma pessoa na laje do prédio, e eu moro no último andar). Também late se excitarmos ele além da conta, com brincadeiras que ele considera irritantes (e a gente faz de propósito). E olha que schnauzer tem fama de latidor...

A partir daí, começamos a ter problemas na rua por causa do tamanho dele, que cresceu e conseguia arrastar a gente pela rua. Nessa época ele tinha 7 meses, e conheci um adestrador na rua. Ele estava treinando um filhotinho de beagle, e me chamou atenção o carinho co que tratava o cãozinho. Peguei o telefone, marquei uma visita lá em casa. Gostamos tanto que ele cuida do Boomer até hoje. O nome dele é Otávio. Ensinou o Boomer o "fica", o "deita", (nessa época eu já tiha ensinado a dar a pata), e o "aqui" (que envolve andar direito na rua). Fomos evoluindo de guia curta, para guia de 10 metros e sem guia (a guia fica no pescoço e a gente pisa nela se precisar, mas ele se sente solto). Evoluímos também de lugares desertos pra lugarem extremamente movimentados e cheios de distração. O Boomer adora o treino e o treinador. Com ele Boomer também aprendeu o "alto".

Depois disso ensinei ele a dar a pata certa pra mão certa, a fazer "high five" (que a gente chama de "toca aqui") e a farejar duas mãos fechadas pra descobrir em qual está o petisco. Esperamos continuar sempre evoluindo, e estimulando a mente do nosso cãozinho. Ao contrário do que muitos dizem, o adestramento não "poda a liberdade" do animal, muito pelo contrário. Ele continua sendo um cão alegre e gosta de "falar" com os outros na rua, mas entende que precisa obedecer quando eu dou algum comando. Se comporta bem em qualquer lugar, e por isso pode acompanhar a gente em muito mais situações. Ele adora treinar, e se sente super estimulado. Depois conto da nova modalidade do treino dele: o agility!

Boomer, ALTO:

Boomer, TOCA AQUI:

Boomer, A PATA:


Boomer, SENTA e SORRI PRA CÂMERA (brincadeirinha...):


How Dogs Think e algumas considerações...

Estou lendo - e amando - um livro do Stanley Coren (psicólogo e especialista em comportamento canino), chamado How Dogs Think - what the world looks like to them and why they act the way they do. http://www.amazon.com/How-Dogs-Think-World-Looks/dp/0743222334/ref=pd_bbs_sr_2?ie=UTF8&s=books&qid=1230028197&sr=8-2

O livro começa falando sobre como funcionam os sentidos dos cães, em que eles diferem dos nossos, e como são interpretados por eles. Depois fala sobre as habilidades mentais e inteligência deles. Tem a parte triste - que fala sobre o envelhecimento canino e suas conseqüências (muito parecido com o humano, mas infelizmente mais rápido). Fala também sobre quanto das atitudes caninas são instintos, e quanto e como eles aprendem, e sobre seu relacionamento com os humanos. O legal é que o autor teve e tem alguns cães, e sempre conta histórias sobre eles como exemplo do que está escrevendo ali. E aí que eu lembrei de algumas particularidades do Boomer, obviamente...

1.quando acha que eu já dormi demais e quer brincar comigo ou sair pra passear (sempre no final de semana ou feriados, durante a semana acordo antes dele) ele me acorda de manhã em algumas tentativas: primeiro debruça na cama (eu durmo de lado e com o rosto virado pra fora) e lambe meu rosto. Eu faço um carinho nele, mas quase sempre volto a dormir. Aí ele espera uns minutos e sobe na cama (ao meu lado) pra me lamber de lá. Normalmente isso é o suficiente, mas se não funcionar ele espera mais um pouco e quando não agüenta mais pula em cima de mim pra me lamber. Quando chega nesse ponto não tem jeito, ele vai ficar pulando em cima de mim até eu levantar.

2.ele ADORA dormir na cama comigo ou com o meu marido, mas não com os 2 juntos. Acho que ele entende que aquele espaço é só pra 2, ou alguma coisa parecida. Assim: o Rapha sempre sai pra trabalhar antes de eu acordar (ele entra às 6 no trabalho). É só ele levantar pro Boomer ocupar o lugar dele na cama (com a cabeça no travesseiro). O oposto também acontece: quando meu marido deita pra dormir antes de mim, na hora que eu for pra cama tenho que pedir licença pro Boomer, que certamente está ocupando meu lugar, com a cabeça no meu travesseiro. Agora, se vamos dormir JUNTOS, ele entende, sobe na cama pra "dar boa noite", fica uns minutinhos e desce pra dormir no chão. Acho isso muito engraçado. Aí ele dorme no chão do quarto, ao lado da cama ou embaixo dela.
Boomer aproveitando a minha saída e "invadindo" meu espaço:
Algumas fotos tiradas com o celular, quando eu acordo e encontro o Boomer ao meu lado. Adoro esses momentos, e quase sempre registro:
O normal é dormir no chão... na primeira está encostado no sofá (a gente estava vendo televisão no sofá), na segunda embaixo da minha cama, como no dia em que chegou aqui em casa:
3.ele ADORA a caminha dele, mas NUNCA dormiu nela. É como um território, sabe? Quando tiramos pra lavar ele fica meio tenso, e tudo que é dele fica guardado lá. Inclusive as coisas que ele encontra pela casa e gosta, como tênis, controle remoto, e etc. O jeito dele afirmar que uma coisa é dele é colocando lá dentro. Arruma os brinquedos lá, e se ganha um petisco que leve mais de 2 segundos pra comer (como aqueles chicletinhos, ossinhos e até biscoitos caninos) ele certamente levará pra caminha dele. Onde ele vai, procura uma "caminha". Na casa da minha mãe, ele tinha adotado um pano de chão como território, e levava tudo pra lá também. Ela não gostou da idéia, e acabou comprando uma caminha pra ele. Se deu bem! Também usa as caminhas como travesseiro quando está brincando, apóia a cabeça e as patas da frente lá, segurando algum brinquedo.
Boomer, ainda filhotinho, em sua primeira caminha (que já não existe mais):
Boomer com sua caminha atual, "arrumando os brinquedos":

Curtindo a cama, "cavando" e relaxando um pouquinho:

4.tem um jeito dele de conseguir o que quer: quando saímos pra passear, adora "falar" com outros cães (entenda-se cheirar), mas às vezes não dá tempo de parar pra todo cachorrinho que aparece na rua, e eu sigo adiante. Mas o Boomer SABE que se ele precisar fazer xixi, eu espero. Já peguei algumas vezes ele com a patinha levantada em algum canteiro SEM FAZER NADA, fazendo hora pra esperar um cachorro que está se aproximando chegar até a gente. Como acho muito inteligente e engraçado, eu espero mesmo. Outro dia, no agility (onde tem um potinho de água comunitário), o pote estava muito cheio de pelos dos outros cães, e o Boomer não estava conseguido beber. Ele fez xixi no pote, esperou a moça tirar pra limpar e trazer água limpa, e se esbaldou daquela água fresquinha. Só não morri de vergonha porque todo mundo achou graça!

5.quando eu acordo cedo de manhã, antes de ir trabalhar, ele fica dormindo. Assim: me segue pra onde eu for (banheiro, cozinha) de um jeito mole e deita pra dormir onde eu parar pra fazer alguma coisa. Quando ele vê que estou pronta pra sair, fica "ligadão" e vai pra porta de serviço. Fica sentadinho ali olhando pra guia e pra mim, com cara de "LEVA EU!!!!!". Como sempre, acho tudo lindo!

6.pede pra brincar, trazendo brinquedinhos pra onde a gente estiver. Quando a gente tenta pegar, ele sai correndo com o brinquedo na boca (a brincadeira preferida é quando a gente rouba os brinquedos dele e atira pra algum lugar da casa - mas sem correria não tem graça). Se a gente não der bola, ele dá meia volta e troca de brinquedo, pra ver se a gente se interessa mais. Vai trazendo brinquedos diferentes até cansar, ou até alguém sair correndo atrás dele (o que normalmente acontece)

Quando eu lembrar de mais coisas (e eu certamente vou) faço um post novo! E depois volto aqui pra ilustar o post com fotos!

23.10.08

Crescimento!

Gente, como filhote cresce!!!!
Só por uma noção comparativa, começo o post com uma foto do dia em que ele chegou em casa, com uma tirada 3 dias depois. Estão um pouco escuras, mas é só pra comparar o comprimento das pernas!
Parece que a gente tá dando fermento pra eles... na primeira visita à veterinária Boomer pesava 4,1kgs. Atualmente pesa aproximadamente 12kgs. O engraçado é que cada vez que ele ia tomar vacina, a vet dizia: agora ele não deve mais crescer muita coisa... e lá iam mais 2kgs! Durante esse crescimento super-acelerado, passou por umas fases bem desengonçadas, porque as pernas cresciam e o corpo não acompanhava - ele ficava alto e magrelo.

Agora não tenho mais percebido diferenças em seu tamanho, apesar de quem não vê todo dia perceber alguma coisa. Mas no começo, eu saía pra trabalhar e quando voltava achava ele maior! Bem engraçado, isso. De um dia pro outro, ele passava a conseguir subir no sofá, depois na cama, e assim por diante. Atualmente alcança o mármore da pia - o que é um grande problema - e dá uns pulos altíssimos.


Todo mundo na rua estranha o tamanho dele, mas isso é porque ele é Standard, e por aqui só se vê Schnauzer Miniatura. Pra um standard, ele tem o tamanho certinho.



Xixi...


Antes do Boomer chegar, é claro que eu já tinha lido tudo que pude encontrar por aí sobre cachorros, filhotes, educação canina, cinologia comportamental, schnauzers e afins. Quem me conhece sabe exatamente do que estou falando! E já sabia que seria um desafio - e de extrema importância - o housebreaking, como a literatura cyber-americana chama. Não encontrei sinônimo em português, mas significa simplesmente ensinar o cão um mínimo de hábitos de higiene para que ele possa conviver harmoniosamente com o resto da casa. Ou seja: basicamente onde fazer as necessidades.
Um pequeno detalhe é que a maior parte dos textos americanos assume que a gente mora num suburb e que o cachorro nunca deve fazer suas necessidades em casa - e sim sair pro jardim sempre que precisar, ou esperar a hora do passeio. Além de ser totalmente fora da minha realidade, depois descobri que era contra os princípios da minha veterinária - ela disse que como schnauzers têm uma tendência a desenvolver problemas renais, não era saudável ensiná-los a segurar o xixi até a hora de sair de casa. O melhor era que eles fizessem no lugar determinado, assim que sentissem vontade.
Comprei a maior diversidade de produtos feitos para auxiliar donos nessa missão (no final do post faço uma breve crítica a respeito dos produtos testados, caso alguém passe por aqui a procura de orientação). Achei que tudo ia dar certo assim de primeira, se eu estivesse preparada.
O que eu não sabia é que ELE não estava preparado. Quando chegou em casa, aos 2 meses, Boomer fazia xixi a cada meia hora ou menos, e minha coluna doía de tanto abaixar pra limpar a sujeira nos mais diversos cantos da casa. E tome pegar o cachorro no ato, brigar e carregar pro local certo (jornal). Caaaaaansa! Tome limpar tudo com um produto específico para tirar o cheiro e ele não sismar com o lugar errado. Tome levar ele pro jornal ANTES do xixi e depois de comer e ficar lá até ele fazer.
Depois de um tempo (quase um mês, eu acho) ele tinha aprendido o seguinte:

1.se eu faço xixi fora do jornal as pessoas me levam pro jornal. Aí ele fazia e ia pro jornal DEPOIS, engraçadíssimo!
2.fazer xixi no jornal é bom, porque depois me dão Doguitos! Aí, se a gente tivesse por perto, ele fazia no jornal pra mostrar que era esperto e ia todo feliz pegar o petisco.

Nesse ponto eu já estava arrasada, me sentindo um fracasso. Tentei várias técnicas: brigar quando faz xixi, ignorar quando faz xixi, entre outras tantas recomendações que li! E nada dava uma solução definitiva para o problema!
Até que eu fui relaxando - mas sem desistir de ensinar - e lá pelos 4 meses de idade ele começou a acertar quase sempre. Fui percebendo que nesse período as vezes que ele errava era porque nao conseguiu acertar, mesmo. Estava indo pro jornal mas acabou fazendo no meio do caminho, ou estava brincando e não soube avaliar a hora de parar pro xixi. Ou seja, estava faltando maturidade, mesmo. E aos 4 meses a bexiga já era maior e o xixi bem menos freqüente, facilitando um pouco pro meu lado.
Na época era um desespero, hoje vejo que tudo o que aconteceu foi parte do processo de aprendizado dele, não dava pra ensinar em alguma horas, como alguns livros sugeriram. O meu cachorro teve seu próprio tempo de aprendizagem.
Atualmente, aos 10 meses, ele já levanta a pata pra fazer xixi (filhotes machos fazem xixi agachadinhos como as fêmeas). Começou a levantar perto dos 5 meses, e presenciar esse processo foi muito legal: Boomer experimentou vários ângulos, pata direita e pata esquerda, levantou a patinha o máximo que pôde, tando que desequilibrou e caiu... Em casa ele só faz no jornal, e nunca fora dele. Sei que alguns machos têm problemas com demarcação de território dentro de casa, mas nós não passamos por isso. Em outras casas, ele segura o máximo que pode pra não fazer xixi (na casa da minha mãe ele não faz, e quando vamos pra nossa casa na serra ele prefere fazer tudo no jardim). Se estiver na rua, faz em todos os cantinhos que encontrar!


Produtos Testados:

1. Pipi Dog - é um "cheirinho de xixi", pra pingar no jornal e o filhote entender que ali é o local mais indicado. Tem o efeito esperado, mas tive que usar com freqüência muito maior que a indicada na embalagem.
2. Pipi Dolly´s - é uma bandeja onde o cachorro faz o xixi, que escorre por uma grade evitando que o animal pise nele e suje as patinhas. O Boomer não conseguiu entender que era pra fazer ali. Achei mais fácil ensinar com jornal, aém de ser caro. Apesar disso, já ouvi várias opiniões favoráveis ao produto, acho que depende do animal, mesmo.
3. Enzimac - meu companheiro até hoje, pra eventuais (raríssimos) acidentes. Produto de limpeza que contém uma bactéria que digere fezes e urina, pra ser aplicado após a remoção da sujeira. Como digere tudo, o cheiro vai embora até pro cachorro (que tem o olfato MUITO mais sensível que o nosso), evitando que repita o erro. No começo saía uma pouco caro, porque eu gastava uma garrafa por semana. A última que eu comprei está aqui há 3 meses... Muito bom!
4. Pode/Não pode - são dois produtos que têm a função de indicar onde o animal pode/não pode fazer suas necessidades. O pode funciona como o Pipi Dog, nenhuma novidade. O não pode achei interessante, porque irrita o nariz do cachorro. O Boomer começava a farejar um lugar pra fazer xixi, e espirrava! Desconcentrava e ia embora. Foi útil pra tirar dele a mania de fazer num lugar específico.
5. Tapecão - funciona como uma grande fralda em forma de tapete, absorvendo todo o xixi e evitando a molhança que fica no jornal. A idéia é ótima, mas o material é fofinho (como o de fralda), e várias vezes o Boomer resolveu deitar em cima e usar como cama, dificultando o processo de aprendizado (já que a mãe logo cedo ensina os bebês a urinar longe do local onde comem e dormem). Botei Pipi Dog em cim, mas não resolveu totalmente o problema e eu achei mais fácil (e mais barato) usar jornal mesmo.

20.10.08

1a Noite

Lembro com detalhes o dia em que trouxemos o Boomer pra casa. Foi num sábado, e tínhamos acabado de dormir a primeira noite juntos na nossa casa - num colchão no chão. A mudança mesmo, com cama e móveis, foi feita no sábado. Começou de manhã cedinho e as arrumações se estenderam pelo dia todo. Na verdade, por algumas semanas. No fim do dia, já exaustos, fomos buscar nosso filhote. Acabou sendo tarde, tipo 21, 22 horas por causa de alguns desencontros entre nós e a Fátima (dona da Maia, mãe dele).
As coisas pra ele já estavam todas aqui em casa. Caminha, jornal no chão, potinhos de água e ração, alguns brinquedinhos, Pipi Dog. Um verdadeiro enxoval. Fomos então pra Tijuca buscar o novo membro da família. A maior parte da ninhada ainda estava lá, não me lembro quantos exatamente. Foi tudo tranqüilo até a hora em que pegamos o Boomer no colo e atravessamos a porta do apartamento com ele. Foi quando a Maia começou a latir muito, desesperada. Um verdadeiro escândalo. Boomer, no meu colo, ficou tremendo e com o coraçãozinho disparado.

Depois disso, já no caminho pra casa, ele foi se acalmando. Chegou esfomeado, comeu e foi muito tímido conhecer a casa. Não fez nem sinal de que entendeu o que era a cama dele, fez alguns xixis no lugar errado e parecia muito interessado em saber quem era a gente e que lugar era aquele. Logo fomos dormir, e ele também não entendeu muito bem: ficou zanzando pelo quarto. Já estava esperando uma noite difícil, todo mundo que tinha cachorro disse que eu não ia conseguir dormir na primeira noite, que ele ia chorar a noite toda. Não queria que ele se acostumasse a dormir na cama, então coloquei ele no chão ao meu lado, deitei na cama e estiquei o braço, apoiando minha mão sobre ele. Aí ele entendeu que era pra dormir e se acalmou. Não chorou nadinha, era um filhote corajoso.

No meio da noite, acordamos assustados com fogos de artifício, que depois descobrimos que seriam regra aqui na vizinhança. Fiquei preocupada com o filhote, que não estava onde eu tinha deixado. Encontramos o Boomer na sala, sentadinho embaixo de uma cadeira com cara de assustado. Não chorou nem com o susto. Ficamos um pouquinho com ele e fomos dormir novamente. Éramos uma família.

19.10.08

Quem casa quer... cão!


Desde sempre eu quis ter um cachorro. E tive que esperar um tempão mesmo, dado que minha mãe sempre proibiu terminantemente. Eu tinha vontade de ser daquelas crianças que trazem um cachorro pra casa "pra vez se cola", mas nunca tive coragem. A certeza de que o cachorro seria posto pra fora não me permitia.

Ao longo da minha infância e adolescência tentei convencer meus pais, mas não adiantou nada. Um pouco mais tarde, quando comecei a fazer planos pra me mudar da casa onde eu cresci, o sonho comeceu a se concretizar. Finalmente, a opção seria minha.

Em fevereiro desse ano vim morar com meu namorado - imediatamente promovido a marido - que também é apaixonado por animais. Nada mais natural que trazer um cachorro pra compartilhar da nossa nova vida! E foi assim: dormimos uma noite sozinhos no apartamento, e no dia seguinte buscamos o Boomer. Não foi comprado em canil, mas da dona da mãe dele, que tinha tido uma ninhada. Já havíamos ido à casa dela conhecer os filhotes e escolher o nosso, que era o maior de todos. A idéia era trazer o filhote pra casa quando tudo estivesse mais organizado, mas simplesmente não resistimos. No dia em que fomos conhecê-lo ficamos apaixonados e morrendo de saudades daquele serzinho, que já fazia parte dos nossos planos e da nossa vida desde as discussões sobre raça, sexo e nome.

Dia 23 de fevereiro de 2008 nos tornamos responsáveis pelo Boomer, um schnauzer standard que estava com 2 meses recém-completos. Parecia de pelúcia. Ele traz uma alegria inimaginável pro nosso dia-a-dia, e também muita confusão! Espero que aproveitem esse blog, onde pretendo registrar todas as mudanças que esse cãozinho provocou em nossas vidas, e também seu desenvolvimento.